Este mês damos destaque a Manuel Alves Cargaleiro, pintor e ceramista português. É oriundo de Chão das Servas, no concelho de Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco, onde nasceu a 16 de março de 1927.
Passou a infância numa olaria no Monte da Caparica, para onde os pais se mudaram quando tinha apenas dois anos de idade. Ali começou a fazer experiências com vidros e tinta e adquiriu o gosto pela cerâmica.
Manuel Cargaleiro é uma das principais figuras da arte portuguesa desde meados do século passado. As suas obras encontram-se em vários locais do mundo, tendo em Portugal uma obra pública na estação do colégio militar, mas também em Paris. Em Itália alimentou uma ligação especial à cidade italiana de Vietri Sul Mare, atualmente sede da Fondazione Museo Artistico Industriale Manuel Cargaleiro.
Hoje, contudo, Cargaleiro não é apenas um conceituado ceramista, mas também um notável desenhador e pintor que se tem servido de diversos meios para exprimir emoções transitórias. Tal busca poética é incutida pela natureza e substanciada no uso idiossincrático da cor e na desconstrução formal.
As suas obras são fortemente caracterizadas pelo recurso à geometria e à linguagem abstrata, tendencialmente não-figurativa. As pinceladas espontâneas e dinâmicas com cores vibrantes, sobrepõem-se à forma, reduzindo a formalidade que caracteriza os elementos geométricos. Denota-se a influência do azulejo tradicional português pela repetição dos quadriláteros e o uso de cores como azul e branco. Além da pintura e cerâmica, Manuel Cargaleiro também explora o desenho, a escultura, a tapeçaria e a gravura.
Manuel Cargaleiro criou a Fundação Manuel Cargaleiro em 1990, com fins de natureza cultural, artística e pedagógica, tendo por principal objetivo a criação, organização e administração do Museu Cargaleiro, como forma de estudar, investigar, conservar, divulgar e dinamizar o acervo artístico da Coleção da Fundação Manuel Cargaleiro.
A Fundação Manuel Cargaleiro é herdeira e detentora de um significativo património, com grande valor artístico, histórico e cultural.
Fontes: Fundação Manuel Cargaleiro e Fundação Calouste Gulbenkian.
Desafio:
Convidamos-te a explorar as formas geométricas em tecidos ou materiais reciclados de várias cores, padrões e formas geométricas. Será que com estes materiais consegues fazer desenhos geométricos, por exemplo uma paisagem, uma casa, um animal…?
Entra nesta aventura repleta de cor e geometrismo! Envia-nos uma fotografia do teu trabalho acompanhada de uma pequena descrição para o email equipa.csi@epesuica.ch.