Pelo terceiro ano consecutivo a companhia de teatro Atrapalharte esteve a mostrar os seus dotes juntos aos alunos, encarregados de educação e amigos dos cursos privilegiados que fizeram parte da sua digressão pela Suíça.
A palco estiveram duas peças distintas "As Três Abóboras" (Teatro às 3 Pancadas, de António Torrado) e "Sábios como Camelos" (Estranhões e Bizarrocos, de José Eduardo Agualusa).
A peça "As Três Abóboras" conta a história de um pobre camponês que enriqueceu graças à sua bondade e honestidade: dialogando com as suas abóboras, que eram para ele o seu bem mais precioso, é interrompido por um mendigo esfomeado que lhe pede uma sopa de abóbora, ensinando aos mais novos a importância da generosidade e ajuda ao próximo.
Por seu turno, "Sábios como Camelos" é um conto que convida a imaginar e a partilhar a aventura da «inventividade», permitindo fantasiar livremente a realidade. O autor coloca neste conto alguns dos padrões literários e culturais típicos das narrativas árabes, pautando a sua reinvenção, por exemplo, pelo exotismo e pelo recurso a figuras comuns nesse universo (o grão-vizir, os camelos....). O protagonismo é concedido a uns camelos tornados sábios e falantes, porque engoliram muitos livros, animais aqui conotados com a memória e, de certo modo, com a generosidade. Neste, como em muitos outros contos, as personagens-animais servem como figuras de reposição do equilíbrio, levando as personagens humanas a refletir, a reconsiderar e a optar pelo Bem e pela Justiça. Deste modo, o final inusitado e feliz é determinado pela intervenção de um camelo.
Miúdos e graúdos deliciaram-se com as piadas e houve momentos de muita diversão com muita gargalhada à mistura.
Fica aqui o registo de alguns desses momentos de alegria, convívio e cultura à portuguesa.
